terça-feira, 12 de abril de 2011

O que estava guardado

Você foi uma vivência miúda. Meu passado escuro, tudo o que eu não quis. Você me teve, sabia? Só que perdeu. Se perdeu. Sejamos francos, não adianta se esconder no que você não é. A realidade é expert nesse negócio de machucar quem tem medo dela, e além do mais, ela não costuma dar segundas chances.
Eu bem que queria ser como a realidade. Mas não sou, e você sabia disso. Não foi covardia da sua parte se aproveitar do meu excesso de sensibilidade. Não foi. Até porque quem permitiu o engano fui eu... Não culpo mais ninguém. Mas foi, no mínimo, indigno.

Eu lembro, fazia frio quando você me apareceu trazendo um cobertor. Transformou meu desgosto em sorriso, me desacostumou da dor. Por alguns instantes, cheguei a pensar que eu também poderia florescer na felicidade. Cheguei a tirar a armadura pesada que me cobria, fiquei desnuda dos medos, vesti-me com as cores mais bonitas. E "de repente, não mais que de repente"... tudo sumiu. Posso sentir a saudade me inundando os olhos.

Toda noite meu travesseiro me sussurra sonhos malucos. Mas você? Você foi o sonho mais lúcido que já me luziu a mente. Um sonho real que se perdeu dentro de mim. E que não para de sussurrar os segredos que quero esquecer. Cale-se! Deixe EU me perder no meu silêncio. Mesmo porque todas as conquistas do mundo são nada diante a falta que você me faz. Eu detesto reconhecer isso. Mas, cale-se! Tenho que te apagar de mim.


Cresça! É só isso o que peço todas as noites. Que você cresça...
E essa vai ser a última vez que digo adeus.

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